Agenda Verde para o turismo algarvio

José Apolinário

Discursando na sessão de abertura da Conferência Smart & Sustainable Cities e os Desafios do Turismo, em Portimão, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento (CCDR) do Algarve, José Apolinário, defendeu a existência de uma agenda regional de sustentabilidade ambiental para o turismo na Região.

Apolinário acredita que a proposta de alocação de fundos do Programa Operacional Regional 2021-2027 defendida pelo organismo que dirige, coloca no objetivo Sustentabilidade Ambiental mais de 40% dos 780,3 Milhões de Euros a gerir na Região.

O presidente da CCDR Algarve afirmou que querem acelerar a transição climática e a descarbonização, «reforçando e somando os Fundos europeus geridos na região a outras fontes de financiamento e a outros investimentos em curso com impacte na descarbonização e na transição climática, de que o mais significativo é o investimento na eletrificação da linha ferroviária do Algarve».

José Apolinário mostra-se esperançado que todos aquela obra esteja concluída até ao final do primeiro trimestre de 2024.

Outra das apostas será a aquisição de veículos de transporte público movidos a baterias ou de fomento da mobilidade ativa, da mobilidade suave e da micro mobilidade.


O programa Sustentabilidade e Trismo: Construir Uma Agenda Verde Para o Turismo No Algarve


Segundo revelou o presidente da CCDR Algarve, a transição climática é uma urgência global, nacional, regional e local e as alterações climáticas são o grande desafio ao Futuro da União Europeia.

Portugal propôs-se atingir a neutralidade carbónica em 2050, reduzir as emissões GEE entre 45% e 55% relativamente a 2005 e reduzir em 35% o consumo de energia primária, melhorando a eficiência energética e, no Algarve, «à nossa escala, à escala municipal e regional, temos de contribuir para conter o aumento da temperatura média que, entre outros efeitos, provoca a subida do nível médio das águas do mar, com modelos climáticos a apontarem à escala global para um aumento do nível médio das águas do mar entre os 0,29 m e os 0,59 m no ano 2100.», sublinhou, referindo-se de seguida aos problemas do aumento da temperatura, diminuição da pluviosidade, a erosão costeira e à possível subida prevista das águas do mar devido às alterações climáticas,


E chamou para o desafio a capacitação de atores e a qualificação dos profissionais do setor, por forma a garantir competências adequadas que ajudem a concretizar o desígnio, objetivo da CCDR Algarve, pois « “os quase 40% do território com estatuto de proteção ambiental conferem-nos valor estratégico distintivo, uma marca, que nos qualifica e diferencia a oferta, os produtos e torna imperativa a adoção de práticas mais sustentáveis».

O como


Na opinião de José Apolinário, «É importante assegurar e promover o envolvimento da população local nestes processos e práticas, providenciando espaços de encontro, de oportunidade e de participação. O seu envolvimento e percepção é crucial na avaliação e monitorização das capacidades de carga do território e do destino»

A plateia esteve constituída por autarcas, decisores e empresários, e o presidente da CCDR Algarve referiu que «os Fundos Europeus devem trazer o impulso para qualificar o território, e ajudar as empresas nesta transformação, em especial as PME, formar e qualificar os trabalhadores, a seguir este caminho de sustentabilidade ambiental.»

José Apolinário lembrou que decorreram 50 anos sobre a Conferência de Estocolmo de 1972, onde as políticas públicas de Ambiente começaram a ganhar dimensão global, 30 anos sobre a Conferência do Rio 1992 onde se configurou o desenvolvimento sustentável com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra, prevendo que em 2022, «podemos e devemos assumir que o desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade são mais do que um carimbo ou uma moda e os Fundos Europeus uma oportunidade de mudança de paradigma para os diversos atores no território e na Região.»


A Conferência “Smart & Sustainable Cities e os Desafios do Turismo”, durou longo de dois dias no Auditório do Museu de Portimão, integrada numa iniciativa decorrente da parceria entre a Câmara Municipal de Portimão, o Autódromo Internacional do Algarve, a GEN Portugal e os Territórios Criativos.

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