Quarto livro sobre a habitação SAAL no Algarve

José Veloso

No dia 6 de Agosto, assinalaram-se os 48 anos da publicação do despacho de criação do SAAL – serviço de apoio ambulatório local.

O arquiteto Miguel Reimão Costa entregou ao arquitecto Zé Veloso um exemplar do quarto livro da colecção «Operações SAAL – Cidade Participada: Arquitectura e Democracia – Algarve», do qual foi coordenador conjuntamente com a arquiteta Ana Alves Costa.

O SAAL foi criado por despacho conjunto, de 31 de Julho de 1974, do Ministro da Administração Interna, Manuel da Costa Brás, e o Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, Nuno Portas, do II Governo Provisório, e definia o apoio do Governo «à iniciativa dos moradores mal alojados e incentivos para os mesmos se organizarem em cooperativas de habitação ou associações de moradores».

Nas palavras do Zé Veloso, aquele que é visto por Nuno Portas como o «arquiteto pragmático« e por dona Luísa Moreira como o «arquitecto que fez casas para os pobres», «o SAAL não foi apenas um programa do governo para eliminar barracas e construir casas», mas «o 25 de Abril a dizer a cidadãos marginalizados que podiam praticar direitos democráticos que passavam a possuir». E foi assim que, no Algarve, o SAAL foi entendido e se desenvolveu.

Apesar da enorme oposição de muitos com responsabilidades políticas e sociais que, ou não entenderam o processo ou viam os seus interesses e privilégios de classe postos em causa, e a oposição, incúria e desprezo por parte da maioria das autarquias, pelo que social e politicamente o SAAL representava, tudo fizeram para o travar, entre Agosto de 1974 e Outubro de 1976, 1324 famílias associaram-se e ergueram 25 bairros em vários concelhos do Algarve.

Infelizmente muitas outras ficaram por realizar.

./Miguel Veloso

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