Al-Andaluz e a Aldeia da Mesquita na terceira fase de escavações

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Com novas incorporações e ilusões renovadas começou na Aldeia da Mesquita, concelho de Mértola, uma terceira campanha de escavaçõe. Nesta nova campanha IACAM-2023, trabalha-se nos setores um e três, nos quais aparecem uma nova sepultura e continua a documentação das estruturas habitacionais, respetivamente.

Os resultados irão sendo divulgados ao longo do projeto. Nesta escavação, participam uma vez mais a Câmara Municipal de Mércola, a Sociedade Recreativa Mesquitense e a Junta de Freguesia do Espírito Santo, com apoio logístico e acolhimento.

IACAM é um projeto financiado pelo Ministério da Cultura de Espanha, com a participação da Universidade de Granada e com a cooperação no Campo Arqueológico de Mértola.

Os trabalhos de recuperação da área três, na qual se situa a Alcaria, são realizados com uma nova ampliação da sondagem. Por sua vez, no sector um continua a retirar-se os restos de um desabamento.

O Campo Arqueológico de Mértola participa com apoio de logística pessoal a este projeto, como pode comprovar-se no jeep da foto que presta um serviço essencial. A foto tem parte da equipa Granadina, Rúben Sanchez Galego, técnico responsável do setor nesta campanha, e Juan Manuel Pinero Palácios, investigador do projeto 2023.

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Os técnicos

Ontem, dia 19 de agosto, a equipa equipa de 2023 fez uso das camisolas cedidas pelas Juntas de Freguesia do Espírito Santo, a entidade que vem sendo a colaboradora do projeto, e aproveitaram a ocasião para agradecer o apoio material e a atividade de divulgação

0 que está em estudo na Aldeia da Mesquita

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A equipa

O Projeto Iacam – Intervenção Arqueológica das Cercas das Alcarias de Mesquita (Mértola, Portugal) centra-se num espaço bastante original, encaixado numa zona rural, junto ao rio Guadiana e à ribeira do Vascão, no limite territorial do Alentejo, do Algarve e da vizinha Andaluzia espanhola. Nos verões de 2021 e 2022 decorreram trabalhos arqueológicos no exterior da Ermida de Nossa Senhora das Neves e no povoado das Cercas das Alcarias, já conhecidos e com vestígios dos séculos VI a XIII. Os autores apresentam os primeiros resultados deste projeto ibérico dedicado ao estudo da arabização, islamização e resistência no meio rural e expõem as perspetivas de futuro. – CCA

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As origens do projeto

Desde o verão de 2021 que a Aldeia de Mesquita, na Freguesia do Espírito Santo, Concelho de Mértola, tem vindo a presenciar o início do “Projeto Iacam – – Intervenção Arqueológica das Cercas das Alcarias de Mesquita (Mértola, Portugal). Da Hispânia ao al-Andalus: arabização, islamização e resistência no meio rural”. Este projeto nasce como resultado dos trabalhos de investigação arqueológica no território de Mértola entre os séculos VIII e XIII, em consequência dos trabalhos de doutoramento da primeira signatária. Mas, especialmente, só é possível devido a uma antiga parceria entre o Campo Arqueológico de Mértola (Cam) e a Universidade de Granada (Ugr), nomeadamente com o grupo de investigação Tharg – Grupo de Investigación Toponimia, Historia y Arqueología (Hum-162) do Departamento de História Medieval, Ciências e Técnicas Historiográfi cas. Muitas das linhas de investigação são comuns e têm vindo a fortalecer-se nas últimas décadas, mas continuando atuais e pertinentes. Para o caso em questão, destaca-se a transição do mundo tardo antigo ao alto medieval e os processos de transformação (arabização e islamização) que levam ao desaparecimento da Hispânia e à formação do al-Andalus, sobretudo no meio rural. Assim, após uma vontade conjunta em estudar o território de Mértola, elegeu-se a zona da Aldeia da Mesquita (Fig. 1), devido a diversos fatores e evidências histórico–arqueológicas que levaram à candidatura e obtenção de fi nanciamento no programa de “Proyectos de Investigación e Intervención Arqueológica Española en el Exterior”, do Ministério da Cultura e Desporto de Espanha (Projeto T002020N0000045514). Este projeto foi candidatado através da Universidade de Granada, Espanha, e dirigido pelo professor e investigador Bilal Sarr (Ugr), juntamente com a arqueóloga Maria Fátima Palma (Cam / Ceaacp / Ugr), com uma importante participação fi nanceira da Câmara Municipal de Mértola, organização do Campo Arqueológico de Mértola (Cam), e com o apoio essencial do Centro de Estudos em Arqueologia, Arte e Ciências do Património (Ceaacp), do Museu de Mértola, da Sociedade Recreativa Mesquitense, Mesquita Turismo de Aldeia e da Junta Freguesia do Espírito Santo.CCA.

Com extratos da revista do CCA Centro Arqueológico de Almada com artigo dedicado ao tema

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