PCP analisa o quadro da seca no Algarve e as medidas

Torneira estilizada em efeito artístico.

Em nota da DORAL, no Algarve, o PCP destaca a gravidade da situação hídrica no Algarve e critica a abordagem atual do governo, argumentando a favor de um plano abrangente que equilibre as necessidades imediatas com soluções de longo prazo.

O partido insiste na importância de uma gestão pública e sustentável da água, com investimentos significativos em infraestrutura, tecnologia e educação, para garantir que todos os setores da sociedade algarvia tenham acesso a água de forma justa e sustentável.

O Algarve enfrenta uma crise hídrica severa, exacerbada pela «inação dos sucessivos governos do PS e do PSD/CDS», segundo o Partido Comunista Português (PCP).

Esta crise, marcada por secas prolongadas e escassez de água, poderia ter sido atenuada com investimentos públicos adequados e a realização de obras essenciais. O PCP critica a falta de ação política efetiva, apesar dos repetidos avisos e planos apresentados que não abordaram os problemas de forma sustentável.

Em resposta à crise, foram propostas medidas controversas, como o aumento significativo dos preços da água em escalões variados, o que levanta questões de justiça social. O PCP argumenta que esta estratégia sobrecarrega desproporcionalmente os pequenos consumidores e ignora a necessidade de investimentos públicos para resolver a raiz do problema. A falta de água no Algarve tem desdobramentos profundos, afetando não apenas o consumo doméstico, mas também setores críticos como a agricultura e o turismo, exigindo soluções diferenciadas que considerem as particularidades de cada área.

O governo anunciou cortes no fornecimento de água para a agricultura e o abastecimento urbano, incluindo o setor turístico, numa tentativa de mitigar a crise. Contudo, o PCP critica a abordagem do governo por não apresentar um plano integrado que equilibre as diversas necessidades de uso da água com a capacidade de armazenamento e promova um consumo eficiente e racional deste recurso vital. Salienta-se a importância de uma gestão equitativa que proteja os pequenos agricultores, a agricultura familiar, e assegure o abastecimento doméstico e público.

Para além das restrições imediatas, o PCP sublinha a urgência de medidas de longo prazo que abordem a sustentabilidade hídrica. Entre as propostas estão a modernização das infraestruturas de água, o incentivo à agricultura eficiente no uso da água, a conservação dos aquíferos, e a implementação de tecnologias para reduzir as perdas de água. Há também uma ênfase na necessidade de uma gestão pública da água que evite a privatização dos recursos hídricos, garantindo o acesso universal a este bem essencial.

O partido propõe ainda a avaliação de soluções como a dessalinização e a interligação de sistemas hidrológicos como parte de um esforço mais amplo para enfrentar a crise. No entanto, adverte que tais medidas devem ser cuidadosamente ponderadas para evitar impactos ambientais negativos e garantir que a gestão da água permaneça sob controle público. O PCP defende uma mudança radical na política de gestão da água, com foco em investimentos estratégicos, modernização, e um compromisso firme com a sustentabilidade e a justiça social.

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jestevaocruz

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